A Estratégia de Saída do COO: Analisando o Acordo de Liquidação de Martin Kuczmarski
Um Editorial Legal do Insider do Soho House
O negócio da exclusividade global exige uma coreografia legal robusta, especialmente quando um executivo-chave se retira. A saída de Martin Kuczmarski, o Chief Operating Officer (COO) de longa data do Grupo, foi concluída não com uma demissão dramática, mas com um Acordo de Liquidação altamente estruturado e legalmente à prova de falhas. Esta resolução, finalizada em 28 de setembro de 2022, com a Soho House UK Limited ("Soho UK"), oferece um olhar detalhado sobre como a Soho House & Co Inc. (SHCO) gerencia o risco de emprego em alto nível e protege seu conhecimento proprietário.
O Contexto Corporativo: Eliminando o Papel de COO
O Sr. Kuczmarski foi uma figura fundamental no Grupo, ingressando na Soho House em 2008 como Gerente Geral da Electric House e avançando para COO em janeiro de 2012. Ele anteriormente [1] ocupou cargos em estabelecimentos de luxo prestigiosos como The Ritz em Paris e Four Seasons em Milão. Sua saída, anunciada em 23 de setembro de 2022, estava explicitamente ligada à eliminação do cargo de Chief Operating Officer, com suas responsabilidades sendo absorvidas pela equipe de liderança de operações regionais existente, incluindo o Presidente Andrew Carnie.
Isso exigiu uma ruptura limpa [2] [2], legalmente vinculativa, de seu contrato de trabalho existente, que previa um salário base anual substancial de £800,000 e participação em um esquema de bônus com uma oportunidade máxima de 200% de seu salário base. O Acordo de Liquidação [3] [4] com a Soho House UK Limited incluiu uma renúncia de seus direitos a aviso prévio ou qualquer pagamento em substituição por três meses de seu total de seis meses de período contratual de aviso, com um pagamento de £200,000 pelo restante do período de aviso. [5] [6]
A Resolução Financeira: Dinheiro, Renúncias e Aquisição de Ações
O Acordo de Liquidação foi meticulosamente elaborado para resolver todas as reivindicações pendentes enquanto utilizava mecanismos de compensação sofisticados.
1. Aviso Contratual e Liquidação em Dinheiro
O contrato de trabalho do Sr. Kuczmarski estipulava um período de aviso prévio escrito de seis meses. Sob o Acordo de Liquidação, ele concordou em renunciar a seus direitos a aviso ou pagamento em substituição por três meses deste período contratual. Em troca da renúncia e aceitação dos termos do Acordo, a Soho UK pagou a ele uma taxa de £200,000, representando o restante do período de aviso contratual de três meses.
Crucialmente, como parte do acordo [7], o Sr. Kuczmarski reconheceu que não tinha direito a quaisquer prêmios de bônus discricionários para o ano de desempenho de 2022 ou para quaisquer anos de desempenho subsequentes.
2. Ações como Ferramenta de Retenção [7]
O acordo utilizou ações para incentivar uma saída suave e em conformidade. Seus prêmios de ações anteriormente concedidos - especificamente 401,845 Unidades de Ações Restritas (RSUs) e 260,577 Prêmios de Ações Restritas (RSAs) - tiveram suas partes não adquiridas alteradas para serem adquiridas em quatro parcelas iguais entre 1 de outubro de 2022 e 1 de abril de 2023.
Além disso, como consideração específica [7] para a celebração dos Acordos de Liquidação e Consultoria, o Sr. Kuczmarski recebeu um novo prêmio de RSU de 365,000 ações de Ações Comuns Classe A. Este novo patrimônio estava programado para ser adquirido em duas metades em julho de 2023 e outubro de 2023. Esses pagamentos estavam estritamente sujeitos à continuação da conformidade do Sr. Kuczmarski com certas cláusulas restritivas. [7]
Renúncias Legais e Protegendo os Ativos Corporativos
O objetivo central do Acordo de Liquidação era prevenir ações legais futuras. O Sr. Kuczmarski concordou formalmente em não buscar reivindicações legais relacionadas ao seu emprego ou sua rescisão. As reivindicações renunciadas incluíam especificamente:
- Reivindicações por violação de contrato ou demissão injusta.
- Reivindicações por demissão injusta sob a seção 111 da Lei dos Direitos do Trabalho de 1996.
- Reivindicações sobre dedução ilegal de salários.
- Reivindicações por um pagamento de redundância estatutária.
Além das renúncias [8], o acordo garantiu os interesses vitais da empresa por meio de restrições de longo prazo:
- Confidencialidade e PI: Suas obrigações em relação à confidencialidade, privacidade de dados e propriedade intelectual continuaram a se aplicar.
- Não-Concorrência/Não-Solicitação [9]: Suas restrições de não concorrência pós-rescisão e restrições de não solicitação permanecem em vigor. As cláusulas relacionadas à não solicitação e ao emprego de funcionários-chave foram acordadas para se aplicar por três anos a partir da data efetiva.
- O Acordo de Consultoria de £1 [10]: Para garantir disponibilidade contínua para suporte e conformidade durante a transição, o Sr. Kuczmarski celebrou um Acordo de Consultoria por um período de doze meses, por uma taxa de apenas £1.
Este Acordo abrangente [9] demonstra o compromisso da SHCO em se proteger de litígios trabalhistas e garantir que o conhecimento operacional de alto nível e os relacionamentos permaneçam protegidos, independentemente do custo do pacote de saída do executivo. Marca uma manobra clássica onde uma consideração financeira significativa - especialmente na forma de ações aceleradas - é trocada diretamente pela tranquilidade proporcionada por amplas renúncias legais e cláusulas restritivas rigorosas. [9]
